A Leveza do Meu Ser

Gosto do nome Tomás e, quase sem dar por isso, deixei que ele tomasse conta de mim tornando-se no meu alter-ego quando escrevo. Um nome que fui buscar a uma das minhas personagens favoritas, protagonista do célebre romance de Milan Kundera, escritor com cuja escrita vibro e me identifico.
Gosto também de ler António Lobo Antunes. Como tanta gente, fascinam-me as suas crónicas, a maneira como imagina e descreve factos ou sentimentos, a forma escorreita e original como escreve. Algumas das histórias que se seguem foram escritas indo atrás da sua maneira de brincar com as palavras, num exercício que começou como mera brincadeira e sem qualquer pretensão de se lhe comparar.
Wolf tem por isso uma ligação evidente ao escritor português; mas também pelo Lobo/animal e por tudo o que ele representa no imaginário de cada um de nós.

«O lobo é a força da alcatéia e a alcatéia é a força do lobo» (Joseph Rudyard Kipling, escritor e poeta britânico, 1865/1936, em «O Livro da Selva»)

terça-feira, abril 10

Mata Hari


Quem és tu desconhecida
Saída detrás de um véu que ora abandonaste
Que me enrolas num beijo de canela e mel
Quem és que me chamas teu doce
Que chegas e me possuis sem aviso
Mulher linda e sedutora que me invade a mente sem pudor
E sem pudor me excita os sentidos
Percorres o meu corpo sem estares presente
Quem és tu que me inspiras
Que me fazes suspirar na ausência do teu toque
E mais ainda na presença dele
Que me embalas no ritmo cadenciado das tuas ancas
Quando sobre mim danças
Quem és tu que me enlouqueces no grito sem palavras que soltas
E te esvaís em espasmos longos e desprotegidos
Que requerem o abraço
O beijo
O afecto
Quem és…
Quem és…
Porque despertas de novo, tão rápido
A paixão fremente nos corpos
Quem és…
Como chegaste…
Quando voltas…